IA e agricultura digital no agro ganham destaque no Congresso da Andav 2025
A Inteligência Artificial (IA) está potencializando a produtividade e automatizando tarefas do campo consideradas antes como exclusivamente humanas. “Estamos vivendo um tempo em que o digital é premissa, ou seja, deixou de ser diferencial competitivo para se tornar infraestrutura básica”, afirmou Walter Longo, sócio-presidente da Unimark, durante o 14ª Congresso Nacional da Andav, realizado semana passada, em São Paulo. O evento é organizado pela Andav (Associação Nacional dos Distribuidores de Insumos Agrícolas e Veterinários).
O impacto mais profundo da IA está na mudança de paradigma da tomada de decisão e na otimização dos processos. “Antes, os líderes se apoiavam na experiência. Agora, precisam se apoiar na inteligência de dados para transformar despesas fixas em variáveis e desintermediar as operações. A IA é o copiloto com capacidade para ver o que não enxergamos. São os supervisores digitais silenciosos", definiu Longo.
Em sua avaliação, é preciso repensar comportamentos, mentalidades e modelos de liderança. “O futuro não é digital, é mental, com a intuição como a nova habilidade. Quem não mudar a forma de pensar, não conseguirá acompanhar a velocidade das transformações que estão por vir", finalizou.
A agricultura digital e a agricultura de precisão garantem uma economia de R$ 10 milhões ao ano em diesel, resultante apenas de informações sobre a rotação de motores, segundo Frederico Logemann, head de estratégia de inovação da SLC Agrícola, debatedor do Painel sobre Inovação e Tecnologia, no Congresso Andav 2025.
Fonte: Revista Cultivar
Brasil ganhará projeção como potência agroambiental na COP30
O Brasil vem se destacando nos últimos anos por suas práticas de agricultura sustentável, digital e conectada, o que deve favorecer à sua projeção estratégica durante a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP30), que será realizada em novembro, em Belém (PA).
De acordo com a presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, a conferência será uma vitrine internacional para mostrar o protagonismo do País na conciliação entre produção agropecuária e preservação ambiental. Para ela, a COP30 será uma oportunidade para o Brasil demonstrar que é, ao mesmo tempo, uma potência agrícola e ambiental.
Silvia Massruhá enfatizou a importância de associar o avanço tecnológico a uma agricultura preditiva, baseada em ciência e inteligência de dados, e apontou que os distribuidores de insumos e os canais de atendimento ao produtor rural têm papel fundamental nesse processo.
“Falamos muito em tecnologias para adaptação às mudanças climáticas, em agricultura regenerativa, em inteligência artificial. Mas tudo isso precisa convergir para algo maior: uma agricultura preditiva. Juntos – ciência, tecnologia e canais de distribuição – podemos levar ao produtor as informações para que ele produza mais, melhor e com sustentabilidade. Isso é o que manterá o Brasil como protagonista da agricultura tropical”, afirmou.
Ainda no contexto da COP30, Massruhá destacou a criação do projeto Agrizone (Casa da Agricultura Sustentável), uma vitrine tecnológica instalada na Embrapa Amazônia Oriental.
Fonte: Embrapa
Seguro agrícola digital é a transformação que o agro precisa
O agronegócio brasileiro é um dos pilares da economia nacional. Seu crescimento robusto e sua importância estratégica para a segurança alimentar global são inquestionáveis. No entanto, apesar de seu protagonismo, o setor ainda enfrenta desafios significativos, especialmente na gestão de riscos e na proteção contra eventos climáticos extremos. Um dos principais instrumentos para mitigar os impactos desses riscos é o seguro agrícola.
Contudo, ele permanece subutilizado no Brasil, representando apenas 0,4% do mercado total de seguros do país, segundo relatório da Fundação Getulio Vargas (FGV). Esse dado revela não apenas uma lacuna, mas também uma oportunidade expressiva.
Estimativas apontam que os mais de 115 milhões de hectares de lavouras, florestas e pastagens no país poderiam contratar algum tipo seguro agrícola (paramétrico ou tradicional), o que representa um mercado potencial de R$ 155,4 bilhões.
Para entender por que a penetração desse tipo de seguro é tão baixa, é preciso observar a experiência do produtor ao tentar contratar uma apólice. Diferentemente de outros seguros, em que a contratação pode ser feita online em poucos minutos, o seguro agrícola tradicional exige informações técnicas detalhadas, análise de histórico produtivo e avaliação de riscos regionais.
Embora essas etapas sejam tecnicamente necessárias, o processo é conduzido muitas vezes de forma manual e fragmentada, resultando em prazos que podem se estender por semanas ou até meses.
Fonte: Revista Cobertura
China vai aumentar importações de café brasileiro nos próximos meses
Os exportadores brasileiros de café ainda estão tentando negociar as tarifas impostas pelos EUA, mas, enquanto não há diálogo nem acordo, as associações também tratam de buscar a ampliação de alguns mercados. A China, por exemplo, habilitou 183 novas empresas brasileiras do setor.
O Brasil, reconhecido como o maior produtor e exportador de café do mundo, está enfrentando desafios no cenário internacional devido à sobretaxa de 40% ao produto -- o que impõe, ao final, a taxa de 50%.
De um lado, produtores rurais estão preocupados com a próxima safra e os exportadores, mais ainda, já que a abertura de novos mercados não é um processo rápido. Os Estados Unidos são o maior consumidor de café do mundo e somente em 2025 compraram 3,3 milhões de sacas do café brasileiro.
Nesta semana, quando as tarifas americanas entraram em vigor, a China anunciou que autorizou 183 empresas brasileiras a exportar café para lá, indicando uma abertura significativa no seu mercado para o produto brasileiro.
"Nesse sentido, acho que o governo brasileiro tem feito um trabalho importante também junto à Apex Brasil, de aumentar o número de estabelecimentos no mercado chinês habilitados a importar café brasileiro", destacou o diretor do Conselho Empresarial Brasil-China, Tulio Carrielo.
Fonte: Band
Brasil bate recorde em florestas plantadas
O setor de florestas plantadas segue como um dos pilares do agronegócio brasileiro, movimentando cadeias como papel e celulose, energia e construção civil. Segundo o Relatório Anual da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá) de 2024, o país superou pela primeira vez 10 milhões de hectares cultivados, sendo 7,8 milhões com eucaliptos, alta de 41% em dez anos.
A produtividade média nacional chegou a 35,7 m³/ha/ano, quase o dobro da registrada no Hemisfério Norte, colocando o Brasil entre os líderes mundiais em eficiência. Minas Gerais e São Paulo concentram 63% da área total, enquanto o Sul domina o cultivo de pinus, com Santa Catarina na liderança.
“A limpeza da área no período inicial do cultivo é determinante para o bom desenvolvimento da floresta. As daninhas competem diretamente com as árvores e tornam o ambiente menos eficiente, além de exigirem mais intervenções, aumentando o custo operacional”, explica o engenheiro agrônomo e gerente de Marketing Regional da IHARA, Marcos Vilhena.
Apesar dos avanços, desafios agronômicos como plantas daninhas e pragas ainda comprometem resultados. Espécies como capim-colchão, capim-colonião e corda-de-viola podem reduzir até 75% da produtividade quando o manejo falha. Já o psilídeo-de-concha, frequente em regiões quentes e secas, pode causar perdas de 30%, com desfolha e redução no crescimento.
Fonte: Agrolink
Novo leilão prevê compra de 41,5 mil toneladas de milho
Com o objetivo de abastecer os estoques governamentais de milho voltados para o atendimento do Programa de Venda em Balcão (ProVB), a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) realizará novamente rodadas de leilão para a compra de milho.
A expectativa é adquirir 41,5 mil toneladas do cereal em novas operações de compra marcadas para os dias 13 e 14 de agosto e executadas pelo Sistema de Comercialização Eletrônica da Conab (Siscoe).
No leilão marcado para a próxima quarta-feira (13), a Companhia espera comprar 12,5 mil toneladas de agricultores familiares e suas cooperativas de produção, proporcionando acesso facilitado e condições mais justas para os pequenos produtores.
Já na quinta-feira (14), o leilão de compra do grão será ofertado em caráter de ampla concorrência, ou seja, todos os produtores, cooperativas e demais fornecedores de milho poderão participar, inclusive agricultores familiares.
O milho a ser adquirido deverá ser entregue nos municípios de Irecê (5 mil t), na Bahia; Imperatriz (7,5 mil t), no Maranhão; Rondonópolis (3 mil t), em Mato Grosso; Uberlândia (10 mil t), em Minas Gerais; além de Brasília (16 mil t), no Distrito Federal. Todos os comunicados, avisos e resultados destas operações estarão disponíveis no Portal da Conab.
Fonte: Conab
Brasil registra recorde histórico na importação de cloreto de potássio
O Brasil registrou em julho de 2025 o maior volume mensal de importação de cloreto de potássio (KCl) dos últimos dez anos. O movimento acontece mesmo em um cenário de preços elevados para o fertilizante, que tem acumulado altas consecutivas desde o início do ano.
A relação de troca do KCl, embora não esteja em sua melhor condição, segue mais vantajosa em comparação a outros fertilizantes, o que tem incentivado as compras por parte dos produtores. Outro fator que impulsionou o avanço das importações é a reposição de estoques em preparação para a próxima safra de grãos.
Em julho, Rússia e Canadá lideraram como principais países de origem do cloreto de potássio. Segundo análise da GlobalFert, o porto de Paranaguá foi responsável por 26% do volume total desembarcado, seguido pelos portos de Santos e Rio Grande, que dividiram a segunda colocação. A concentração das cargas nesses terminais está relacionada à importância produtiva de estados como Mato Grosso, Paraná e Goiás, que se destacam no cultivo de soja e milho.
O cenário climático também pode ser um fator relevante para o aumento das importações. A previsão de um inverno mais seco em 2025 intensifica as preocupações com a continuidade de períodos de estiagem e calor, o que pode contribuir indiretamente para o crescimento da demanda por cloreto de potássio, já que esse fertilizante auxilia as plantas a enfrentarem o estresse hídrico.
Fonte: Globalfert